sábado, 25 de dezembro de 2010

O Heliocentrismo de Nicolau Copérnico

Algumas pessoas tornam-se heróis contra sua própria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial. Divididas entre enfrentar sua insegurança expondo suas ideias à opinião dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opção. O mundo está cheio de poemas e teorias escondidos no porão.

Copérnico é, talvez, o mais famosos desses relutantes heróis da história da ciência. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias não fossem difundidas, possivelmente com medo de críticas ou perseguição religiosa. Insatisfeito com a falha do modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platônico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Copérnico propôs que o equante fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse às ideias platônicas ele retornou aos pitagóricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que, como vimos, levou ao modelo heliocêntrico de Aristarco dezoito séculos antes de Copérnico.

Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmológicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado; Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, a olhar para o passado, estaria criando uma nova visão cósmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Copérnico decerto teria odiado a revolução que involuntariamente causou.

No Commentariolus (Pequeno Comentário de Nicolau Copérnico sobre suas próprias hipóteses acerca dos movimentos celestes), Copérnico postula que o Sol é o centro da órbita de todos os planetas e, portanto, do Universo; que a Lua, e apenas a Lua, gira em torno da Terra; que a Terra gira em torno de seu eixo; e que a Terra e os outros planetas giram em torno do Sol em órbitas circulares. Com esse arranjo, Copérnico literalmente destruiu a teoria do universo aristotélico, baseado na divisão do cosmo nos domínios sublunar e celeste.

Assistam aos documentários, com Marcelo Gleiser - Poeira do Universo:

Teoria de Copérnico:


Kepler:



Leia o Livro Commentariolus (Pequeno Comentário de Nicolau Copérnico sobre suas próprias hipóteses acerca dos movimentos celestes), no meu Blog na Matéria 400 anos olhando para o céu:
http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2009/03/400-anos-olhando-para-o-ceu_14.html

Referências:
GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Vídeos: Poeira do Universo - FANTÁSTICO (Rede Globo)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Acelerador de partículas na Suíça registra fenômeno inédito em colisões de prótons

Cientistas que trabalham no maior acelerador de partículas do mundo afirmaram esta terça-feira a descoberta de um fenômeno nunca antes observado em sua busca por elucidar os maiores segredos do universo.

Depois de quase seis meses de exploração do Grande Colisor de Hádrons (LHC), as experiências começam a revelar "sinais de fenômenos potencialmente novos e interessantes", anunciou o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), em seu site na internet.

Trata-se, particularmente, do fato de que "certas partículas são intimamente ligadas, de uma maneira que nunca foi observada nas colisões de prótons", continuou.

"O novo fenômeno apareceu em nossas análises em meados de julho", disse o físico Guido Tonelli, durante apresentação a colegas cientistas do CERN dos primeiros resultados produzidos pelas colisões de prótons a uma potência de 7 TeV.

Tonelli alertou que os resultados precisam ser confirmados, mas assegurou que os cientistas da equipe que trabalham no detector não conseguiram descartar a existência do novo vínculo.

"Precisamos de mais dados para analisar completamente o que acontece e dar os primeiros passos para uma nova física, um novo mundo que o LHC, esperamos, vai nos permitir descobrir", afirmou.

Com 27 km, o acelerador de partículas é uma estrutura circular construída a 100 metros de profundidade na fronteira franco-suíça, ao custo de US$ 5,2 bilhões.

Com ele, cientistas tentam recriar condições próximas às que produziram o Big Bang, que deu origem ao Universo.

Vejam o acelerador de partículas aqui mesmo no Blog: http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2010/03/acelerador-de-particulas-bate-recorde.html

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/802384-acelerador-de-particulas-na-suica-registra-fenomeno-inedito-em-colisoes-de-protons.shtml

sábado, 21 de agosto de 2010

Dimensões e Constituição da Galáxia



Inúmeras observações visando realizar novas contagens estelares foram realizadas a partir do século XIX, inclusive com a utilização de recursos fotográficos. O astrônomo holandês Jacobus Cornelius Kapteyn (1851-1922), examinando várias chapas fotográficas com milhares de estrelas, desenvolveu um modelo segundo o qual a Galáxia deveria possuir uma extensão de aproximadamente 55.000 A.L (Anos-Luz). com um volume centenas de vezes superior ao imaginado por Herschel. No início do século XX, estudando a distribuição de aglomerados globulares no céu, o astrônomo americano Harlow Shapley (1885-1922) contatou que o Sol não se encontra no centro da Galáxia, como também imaginava Kapteyn, mas a cerca de 50.000 A.L. dele. Calculou sua extensão em aproximadamente 200.000 A.L. Com a descoberta da presença de poeira no espaço interestelar, em 1930, verificou-se que a distância do Sol ao centro da Galáxia e suas dimensões haviam sido superestimadas por Shapley, possuindo valores da ordem de 30.000 A.L. e 100.000 A.L. respectivamente.

Os Valores atualmente considerados para a extensão máxima da Galáxia são da ordem de 90.000 A.L. a 110.000 A.L. Sua espessura é de aproximadamente 10.000 A.L. e a distância do Sol ao centro da Galáxia é da ordem de 28.000 A.L. Seus constituintes básicos são as estrelas e a matéria interestelar, constituída por gases e partículas microscópicas de poeira cósmica.

Esta matéria se distribui predominantemente em torno de um plano denominado plano médio da Galáxia, em forma de disco. Estima-se que existem mais de 150 bilhões de estrelas na Galáxia de acordo com os cálculos efetuados para sua massa, que é um pouco superior a este valor, encontra-se parte dela concentrada na forma de gás e poeira interestelar.


Galáxia observada da direção de seu plano médio.

Os valores citados anteriormente são ainda os mais utilizados, porém modelos desenvolvidos a partir de meados da década de 1970 sugerem que as dimensões e a massa da Galáxia possam ter valores até dez vezes superiores. Estes modelos, entretanto, são ainda muito discutidos e envolvem vários problemas de caráter teórico e observacional, não resolvidos completamente.

Estrutura Espiral da Galáxia

A partir de 1951, quando W. W. Morgan e colaboradores estudaram, por meios ópticos, aglomerados jovens de estrelas e o gás interestelar, surgiram evidências sobre a Galáxia ter uma estrutura espiral. Novas indicações deste fato foram obtidas através de observações radioastronômicas, particularmente as efetuadas na linha de comprimento de onda de 21 cm do Hidrogênio neutro existente na Galáxia.

Atualmente consideram-se a existência de pelo menos três braços espirais na Galáxia, num dos quais se encontra o Sol, necessitando-se ainda, entretanto, conhecer mais detalhes sobre os mesmos e sua distribuição. É nos braços espirais que se concentra a maior parte da matemática existente na Galáxia. Vejam o vídeo sobre a Via Láctea:

http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2009/06/video-via-lactea.html#comments

Fontes:

FARIA, Romildo Póvoa (org.). Fundamentos de Astronomia. 3ª ed. Campinas, SP: papirus, 1987.

Internet: http://www.emefnewtonreis.kit.net/sistemasolar.htm Acesso em 21/08/2010

Via Láctea Vídeo - http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2009/06/video-via-lactea.html#comments

Assistam ao vídeo:

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma classificação dos mitos de Criação

MITO DA CRIAÇÃO YORUBA

Conforme vimos antes, a restrição fundamental que devemos enfrentar quando tentamos entender a origem de “tudo” é a limitação imposta pela nossa percepção bipolar da realidade; o processo ou entidade responsável pela Criação tem necessariamente que criar ambos os opostos, estando, portanto, além dessa dicotomia. A solução encontrada para esse problema pela várias culturas é essencialmente religiosa, veja no meu blog sobre os Mitos de Criação: http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2010/02/os-mitos-da-expansao-do-universo.html. A solução encontrada para esse problema pelas várias culturas é essencialmente religiosa. Em geral, todas as culturas assumem a existência de uma realidade absoluta, ou simplesmente de um absoluto, que não só abrange como transcende todos os opostos. Esse Absoluto é o elemento central na estrutura de todas as religiões, dando assim um caráter religioso aos mitos de criação. O Absoluto, então, incorpora em si a síntese de todos os opostos, existindo por si só, independente da existência do Universo. Ele não tem uma origem, já que está além de relações de causa e efeito. Esse Absoluto pode ser Deus, ou o domínio de vários deuses, ou o Caos Primordial, ou mesmo o Vazio, o Não-Ser.

Por outro lado, vivemos na nossa realidade polarizada, de onde tentamos compreender a essência do Absoluto. A ponte que estabelece a relação entre o Absoluto e a realidade é o mito de criação. Em outras palavras, através de seus mitos as religiões proclamam sua realidade, relacionando o compreensível ao incompreensível. O processo de criação do universo envolve sempre a distinção entre os apostos, a desintegração da união existente no Absoluto que gera a polarização inerente à realidade.

Quais são, então, as respostas dadas pelas várias culturas “À Pergunta”? O simbolismo utilizado por uma cultura na narração de seus mitos nunca é tão expressivo quanto nos seus mitos de criação.

Veja: http://www.jornalinfinito.com.br/materias.asp?cod=49

Fonte:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Assistam ao vídeo:


terça-feira, 27 de julho de 2010

Uma supernova desencadeou a formação do nosso Sistema Solar?

Onda de choque de uma estrela que explodiu há 4,5 bilhões de anos parece ter começado o colapso da nuvem molecular que formou o Sol e nossos vizinhos

por John Matson

Uma estrela morre, outra nasce. Os restos mortais das antigas se tornam parte das novas. Esse é o ciclo astronômico de vida, o motivo pelo qual as estrelas têm evoluído através dos tempos. Cada geração incorpora novos elementos sintetizados nas estrelas que vieram antes. Ao contrário das primeiras estrelas de hidrogênio e hélio, as estrelas de hoje contém elementos mais pesados que suas antecessoras, como carbono, ferro e oxigênio, aumentando assim a taxa de metalicidade.

Além de produzir muitos dos elementos que compõem nosso planeta e nossos corpos, o ciclo estelar de nascimento e morte parece ter estimulado a formação de nosso Sistema Solar há cerca de 4,5 bilhões de anos. De acordo com novo modelo descrito em estudo na edição de 1 de julho do
Astrophysical Journal Letters, uma onda de choque de uma estrela massiva que explodiu provavelmente provocou o colapso da nuvem molecular que se tornaria o nosso Sol e planetas vizinhos

Pesquisadores localizaram as impressões digitais de radioisótopos de vida curta. Para estes serem incorporados no Sistema Solar primordial, deve ter ocorrido um cataclisma nas proximidades, algo como uma explosão estelar conhecida como supernova.

Alguns pesquisadores levantaram a hipótese de que os radioisótopos de curta duração podem ter chegado a uma onda de choque forte o suficiente para o colapso da nuvem pressolar, injetando assim material recém-sintetizado no sistema.

“Modelos anteriores não conseguiram liberar material suficiente para estimular o nascimento do Sistema Solar”, diz o co-autor Alan Boss, astrofísico teórico da Instituição Carnegie de Washington. Durante anos ele tentou resolver o mistério da formação do Sistema Solar.

Boss aplica a melhor tecnologia para descobrir a resposta, utilizando um sistema de modelagem tridimensional – processo que exige muito mais poder de computação, mas dá pistas para resolver melhor o mistério da formação do Sistema Solar de uma vez por todas. "A Mãe Natureza é a responsável", diz Boss. "Já sabemos quem é o criminoso, mas queremos saber como foi feito!”, brinca ele.

Fonte:

Assistam ao vídeo de uma simulação de Supernova:


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Os Mistérios do Universo

Uma consequencia imediata da Lei de Hubble é que, se o Universo está se expandindo, ele deve ter sido menor no passado. Consequentemente, já que a expansão do Universo é uma expansão do espaço. Sabemos que as galáxias são “carregadas” pela expansão, como rolhas flutuando num rio. E é justamente essa expansão, que servio de base para a teoria da relatividade de Einstein, que já foi discutido em nosso Blog (leiam a matéria:
http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2010/02/os-mitos-da-expansao-do-universo.html) e que não podemos concluir teorias sobre o Universo. De fato, se pudéssemos visualizar a evolução do Universo como um filme que podemos passar de trás para frente ou vice-versa (algo que falamos várias vezes neste Blog), passando o filme para trás, obrigatoriamente encontraríamos um instante no passado no qual as galáxias estariam agrupadas em uma região muito pequena do espaço.

Temos a lembrança do que dizia o nosso professor de Física, no ensino médio, que tudo veio de uma explosão e que tudo que existe consistia numa bolinha do tamanho de uma ervilha. São essas e outras que transforma o Universo no maior mistério do ser humano: como podemos, e se é possível, viajar no tempo? Será mesmo que haverá a extinção dos seres humanos, através de meteoros? Para onde foi a anti-matéria, e o que é a anti-matéria? Será que existem mesmo os chamados “buracos de minhocas” no Universo (vejam sobre os buracos de minhocas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Buraco-de-minhoca )?.

Várias ideias foram propostas na tentativa de dar algum fundamento nesses “obstáculos” e dúvidas da humanidade. Infelizmente, até o momento, essas ideias prometeram mais do que cumpriram. Enormes barreiras conceituais e matemáticas devem ser vencidas, tornando essas dúvidas extremamente complicadas. Alguns dos físicos teóricos mais brilhantes do mundo estão neste momento tentando sobrepujar os vários questionamentos; mas, ainda estamos longe de compreender a natureza dos fenômenos físicos do Universo que tomaram parte na vizinhança da singularidade.
Assistam ao vídeo sobre os Mistérios do Universo:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

ASTRONOMIA NA GRÉCIA ANTIGA

Ptolomeu, o último grande astrônomo da escola grega, morreu por volta de 180 d.C., e durante séculos registaram-se poucos progressos.

Foi na Grécia Antiga que a maneira de encarar e interpretar os fenômenos naturais sofreu grande alteração, pois foi ali que o homem passou a desenvolver o conhecimento fundamentalmente em bases racionais.

A importância cultural dos gregos clássicos aparece marcantemente no desenvolvimento que deram à Matemática e à Astronomia. Herdaram dos mesopotâmicos e dos egípcios alguns conchecimentos que se resumiam a algumas regras rudimentares de matemática e na Astronomia, principalmente registros de observações feitas ao longo de séculos.
Tradicionalmente, a história da Astronomia grega tem início com Tales de Mileto (VI século a.C.) que, segundo informações do historiador Heródoto, teria previsto um eclípse do Sol, provavelmente no ano de 585 a.C.

Os Iônicos
Durante o século VI a.C., o comércio entre os vários Estados gregos cresceu em importância, e a ruiqueza gerada levou a uma melhoria das cidades e das condições de vida. O centro das atividades era em Mileto, uma cidade-estado situada na parte sul da Iônia, hoje a costa mediterrânea da Turquia. Foi em Mileto que a rimeira escola de filosofia pré-socrática floresceu. Sua origem marca o início da grande aventura intelectual que levaria, 2 mil anos depois, ao nascimento da ciência moderna.

Tales de Mileto

Natural de Mileto, na Jônia (Ásia Menor), Tales, em sua juventude, realizou viagens ao Oriente (Mesopotâmia e Egito), onde reuniu informações e conhecimentos destes povos. Segundo Aristóteles, Tales defendia a ideia de ser a água uma substância original formadora de todas as coisas. Muitos teoremas matemáticos lhe são atribuídos, mas pouco se conhece a seu respeito nem mesmo havendo certeza de ter deixado algum escrito.
Fonte:
FARIA, Romildo Póvoa (org.). Fundamentos de Astronomia. 3ª ed. Campinas, SP: papirus, 1987.
Assistam ao vídeo sobre Tales de Mileto:

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Astronautas concluem última caminhada espacial da última missão do Atlantis

O astronauta Michael Good trabalha do lado de fora da Estação Espacial Internacional. Nasa TV

Astronautas completaram a tarefa de instalar seis novas baterias na Estação Espacial Internacional (ISS). Este era a última grande tarefa da tripulação do ônibus espacial Atlantis, que realiza sua viagem final. A nave deve ser aposentada este ano, e a missão em curso é a última prevista.

A caminhada espacial desta sexta-feira (21/05/2010) foi a terceira e última. Três horas depois de saírem ao espaço, Garrett Reisman e Michael Good já haviam instalado as duas baterias que faltavam. Quatro já haviam sido colocadas na quarta-feira (19/05/2010).

Trocar as baterias originais da ISS, que já duravam dez anos, foi uma tarefa difícil. Havia parafusos a desatarraxar e apertar de novo, e as baterias são volumosas: caixas de 90 centímetros de largura, pesando 170 kg cada.

Com o fim dos voos de ônibus espaciais previsto para novembro e a vida útil da ISS prorrogada até 2020, a Nasa quer garantir que a base orbital tenha o máximo de insumos para o longo prazo, o que inclui baterias novas. As baterias de níquel-hidrogênio são carregadas pela luz do Sol e fornecem energia quando a ISS está no escuro. cada uma custa US$ 3,6 milhões.

Além da troca de baterias, os astronautas conectaram um novo cabo ao sistema de refrigeração da estação e realizaram outras tarefas.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Acelerador de partículas bate recorde

Cientistas conseguem fazer feixes de prótons viajarem a uma velocidade próxima à da
luz

Cientistas do maior colisor de partículas do mundo, o LHC, conseguiram obter choques de prótons geradores de uma energia de 7 TeV (tera ou trilhão de elétron volts), a energia máxima almejada pelo laboratório. A intenção é recriar as condições que teriam gerado o Big Bang, a explosão que deu origem ao universo conhecido, há quase 14 bilhões de anos.

Em novembro, o equipamento já havia atingido a marca de 1,18 TeV – posteriormente, ainda chegando a 2,36 TeV, em 2009 –, e com isso já se tornando o acelerador de partículas de energia mais alta do mundo.

– Isto é física em ação, o início de uma nova era, com colisões de 7 TeV – disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, em francês), de Genebra, Suíça.

Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do Grande Colisor de Hadrons (LHC, em inglês), instalado na fronteira entre França e Suíça, marcaram o choque de partículas subatômicas a uma velocidade próxima à da luz (300 mil km/segundo). O colisor possui um túnel oval de 27 quilômetros de comprimento e custou US$ 10 bilhões (R$ 18 bilhões).

– Estamos abrindo as portas à Nova Física, a um novo período de descobertas na história da humanidade – comentou, entusiasmado, Rolf Dieter Heuer, diretor geral do Cern.

Cada colisão entre as partículas cria uma explosão que permite que os cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu num nanossegundo (bilionésima parte do segundo) depois do hipotético Big Bang original, 13,7 bilhões de anos atrás.

O Cern reativou o LHC em novembro, depois de paralisá-lo nove dias depois do lançamento inicial, em setembro de 2008. O motivo da interrupção: superaquecimento em um cabo supercondutor.

Os cientistas esperam que a grande experiência lance luz sobre mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas e o que exatamente é a matéria escura.
Assistam ao Vídeo da experiência:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Astrônomos descobrem exoplaneta semelhante aos do Sistema Solar

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou nesta terça-feira a descoberta de um exoplaneta "normal" que pode ser estudado em grandes detalhes. Denominado como Corot-9b, o planeta passa regularmente em frente a uma estrela parecida com o Sol, localizada a 1.500 anos-luz distante da Terra, na constelação Serpente.

"Esse exoplaneta é normal, como dúzias que já conhecemos, mas é o primeiro que as propriedades podem ser estudadas profundamente", explica Claire Moutou, que faz parte do grupo internacional de 60 astrônomos que fizeram a descoberta. "O exoplaneta é o primeiro que se assemelha aos planetas do nosso Sistema Solar. Ele tem o tamanho de Júpiter e uma órbita similar a Mercúrio", afirma Hans Deeg, autor líder da pesquisa.

Corot-9b passa na frente de sua estrela-mãe a cada 95 dias, visto da Terra. Esse "trânsito" dura cerca de 8 horas e oferece aos astrônomos informações adicionais sobre o exoplaneta.
Mais de 400 exoplanetas já foram descobertos até o momento, 70 deles através do método do trânsito. A temperatura de sua superfície gasosa deve estar entre 160ºC e -20ºC, com variações mínimas entre o dia e a noite. O valor exato depende da possibilidade de uma camada de nuvens altamente reflexiva.

A descoberta está publicada na revista Nature.

Veja também:
Imagem divulgada pela ESA mostra poeira cósmica gelada
Leia mais sobre: Exoplaneta

Fonte: www.ultimosegundo.ig.com.br

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Os Mitos da Expansão do Universo



A expansão do espaço é conceitualmente diferente de outros tipos de expansões e explosões que são vistas na natureza. Nossa compreensão do "cenário do Universo" (o espaço-tempo) necessita que o espaço, o tempo e a distância não sejam absolutos, senão que são obtidos a partir de uma métrica que pode modificar-se. Na métrica de expansão do espaço, mais que objetos num espaço fixo distribuindo-se até o vazio, é o espaço que contém os objetos e que está modificando-se propriamente falando. É como se os objetos não se movessem por si mesmos, é o espaço que está "crescendo" de alguma maneira entre eles.

Se o universo está se expandindo, será que ele teve uma origem? Será que ele terá um fim? Qual sua idade? Qual é o seu tamanho? Será que seremos vítimas de um cataclismo cósmico de dimensões inimagináveis? Será que podemos compreender o “início”? Examinamos questões semelhantes quando discutimos sobre os mitos de criação. Embora as questões sejam as mesmas, os cientistas irão tentar respondê-las de formas muito diversas das dos feiticeiros ou sacerdotes de diferentes religiões. É importante que tenhamos em mente as diferenças fundamentais entre um enfoque religioso e um enfoque científico das questões cosmológicas. A linguagem é diferente, os símbolos são diferentes. As teorias cientificas têm sempre de ser testadas por experimentos, ao contrário da relativa liberdade dos criadores de mitos; mas as questões são as mesmas, isso não podemos negar.


Não podemos negar que há limitações nas respostas científicas em algumas ocasiões. Em particular, quando lidamos com a questão da “Criação”, nossa própria criatividade, cientifica ou não, colide com uma parede de concreto, e somos obrigados a nos recordar das palavras de Platão, para quem “todo conhecimento é apenas esquecimento”. Os cientistas que trabalham nessa área, relativamente livres das imposições de dados experimentais, modelam o desconhecido com não muito mais do que consistência lógica e princípios físicos gerais como guias enquanto os criadores de mitos tentam inventar imagens daquilo que não tem imagem. Percebemos isso nas diversas religiões, em diversas épocas de nossa história:

EGITO: A terra surgiu do Nilo:
Havia no Egito Antigo vários mitos sobre a criação, contam-se pelo menos 10
divindades criadoras.

Antes de todas as coisas não havia se não trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida).

Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gêmeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar húmido). Estes separaram o céu das águas e geraram Geb – a terra seca e Nut – o céu.


GRÉCIA: A união do Céu e da Terra

Para os Gregos, o início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais
profunda dos infernos) e Nyx (a noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera (o dia).

Depois Gaia (terra) tornou-se a base em que todas as vidas têm a sua origem. Úrano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens).

Criação Bíblica

1º Dia – “Deus criou o Céu e a Terra”

2º Dia – “Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras e chamou firmamento de Céu”

3º Dia – Houve a Terra e os Mares

4º Dia – Deus separou os dias e as noites

5º Dia – Surgem peixes e aves

6º Dia – Surgem outros animais. Deus cria o Homem

7º Dia – “Deus descansou”
Teoria do BIG BANG

Teoria mais aceita sobre a origem do Universo, segundo ela o Universo teria nascido a partir de uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente.

Nesse momento, ocorre uma explosão, o chamado Big Bang, que desencadeia a expansão do Universo, depois a matéria arrefece (perde energia) e passados um bilhão de anos, a matéria agrega-se para formar as primeiras galáxias.

Poderíamos continuar aqui a expor mais e mais teorias de mitos da criação, mas a nossa discussão é outra, só o fiz para figurar os diversos mitos da criação, que se encontram nas religiões e povos antepassados.

Os resultados revelam uma belíssima, mesmo que limitada, universalidade do pensamento humano em questões pertinentes à natureza do “Absoluto”, como ele se tornou relativo, como o “Um” tornou-se muitos. Modelos científicos de criação, ou modelos cosmogônicos, necessariamente repetem certas ideias presentes nos mitos de criação: ou o Universo existiu para sempre, ou ele apareceu num determinado momento do passado, a partir do Caos ou a partir do Nada, ou, quem sabe, é desde criado e destruído numa dança de fogo e gelo. Existe apenas um número finito de respostas possíveis, que foram visitadas independentemente pela imaginação científica e pela religiosa. Talvez ainda mais importante do que as respostas sejam as perguntas, que revelam tão claramente o que significa ser humano. Conforme escreveu Milan Kundera no seu romance A Insustentável Leveza do Ser:

De Fato, as únicas questões realmente sérias são aquelas que até uma criança pode formular. Apenas as questões mais inocentes são realmente sérias. Elas são as questões sem resposta. Uma questão sem resposta é uma barreira intransponível. Em outras palavras, são as questões sem resposta que definem as limitações das possibilidades humanas, que descrevem as fronteiras da existência humana.

Assistam o vídeo que conta um pouco da História Limitada do Universo:



Fontes:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

GUIA, Liliana. Mitos Sobre a Criação do Mundo. http://www.notapositiva.com / acesso em 23/02/2010.

KUNDERA, Milan. A insustentável leveza do ser. Londres: Faber and Faber, 1984.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Discos voadores nos céus da Grã-Bretanha


Em março de 1997, um morador de Birmingham, na Grã-Bretanha, chegou em casa do trabalho às 4h da madrugada e foi surpreendido por uma estranha nave azul e triangular pairando sobre o quintal da residência. Depois de três minutos, o objeto desapareceu rapidamente no céu, deixando para trás, na copa das árvores, uma substância branca. No mesmo ano, em janeiro, outro britânico dirigia à noite no País de Gales quando viu um “tubo de luz” descendo do céu em sua direção. Ao sair do carro, o homem foi cercado por uma luz estranha e começou a se sentir mal. Dias depois, passou a sofrer de um problema de pele. Histórias como essas, ao que tudo indica fantasiosas, constam de um calhamaço de mais de 6 mil páginas de documentos sobre supostos casos envolvendo Objetos Voadores Não Identificados (Ovnis), os populares discos voadores (ou UFOs, como são chamados em inglês). Divulgado ontem pelo Ministério da Defesa e pelos Arquivos Nacionais da Grã-Bretanha, o material engloba relatos de 1994 a 2000 e é o quinto volume de uma série que está sendo liberada ao público aos poucos. Entre outras curiosidades, os documentos mostram como as descrições sobre Ovnis mudaram com o tempo, adequando-se à visão da época sobre como seria a tecnologia do futuro. Nos anos 40 e 50, os UFOs dos relatos tendiam a ser em forma de disco. Nos documentos divulgados ontem, são em grande parte pretos e triangulares, como os bombardeiros americanos invisíveis ao radar.





NO BRASIL

No Brasil, os Ovnis possuem um episódio bastante conhecido, registrado logo após o fim da Ditadura Militar. No dia 19 de maio de 1986, cerca de 21 objetos voadores não-identificados sobrevoaram o espaço aéreo brasileiro, sendo detectado por várias estações de radares, incluindo diversos aeroportos e o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta), em Brasília. Três caças Mirage e dois caças F-5 que decolaram para interceptar os Ovnis também fizeram contato visual com os objetos. O caso sacudiu o país e gerou uma declaração formal dos militares brasileiros, que reconheceram pela primeira vez na História do Brasil os desconhecidos objetos voadores. Misturando-se com crenças, com o imaginário popular e até mesmo com a política.
[Nunca podemos duvidar do que se passa no céu, no espaço. O Universo tem segredos que o homem não consegue desvendar, mas pensem bem: Fim da Ditadura Militar, os militares declaram que viram Ovnis no céu do Brasil, isto me parece muito suspeito.
Bom, fica a imprensão, como as tantas vezes que os militares depuseram para o povo que o Brasil estava sendo invadido por Comunistas, para que o povo desse confiança, outra vez, aos militares como ocorreu em 1964. Nota do Prof. Hugo Leonardo]
Assim são os relatos dos discos voadores ao longo da história. E, verdade ou mentira, segue alguns vídeos relacionado ao texto:

19 Maio de 1986 - Visita oficial dos OVNI's ao Brasil:



Guerra dos Mundos - Orson Welles


Fontes:



sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Atividade solar pode interferir comunicações na Terra até 2012, dizem cientistas


A atividade na superfície do Sol vem se intensificando e poderá provocar interferências nas redes de comunicação da Terra nos próximos dois anos, segundo adverte um grupo de cientistas em antecipação ao lançamento de um novo observatório solar da Nasa, a agência espacial americana.

Novas fotos feitas por telescópios espaciais mostram um aumento significativo das chamadas labaredas solares e de regiões de poderosos campos magnéticos conhecidos como pontos solares após um período com a mais baixa atividade solar em quase um século.

Imagem da Nasa de janeiro mostra labaredas solares (foto: cortesia Nasa / Missão Trace)


A atividade solar intensa pode prejudicar o campo de proteção magnética da Terra, provocando sérios problemas nos sistemas de comunicação e até mesmo nos sistemas de distribuição de energia elétrica.

Segundo os cientistas, o pico da atividade solar poderá ocorrer em meados de 2012, elevando o risco de problemas com transmissões de televisão e redes de internet e o risco de apagões durante os Jogos Olímpicos de Londres.

'Maluco'

"Nos últimos três anos, a superfície do Sol havia se acalmado bastante por um tempo. A cada 11 anos as labaredas reaparecem, e de repente vemos a retomada dessa atividade", afirma a astrônoma Heather Couper, ex-presidente da Associação Britânica de Astronomia.

"O Sol é uma grande massa magnética, e se há qualquer interrupção nos campos magnéticos, o Sol fica meio maluco, então temos essas incríveis explosões e labaredas e coisas que provocam fenômenos como as auroras boreais", explica Couper.

"Quando o Sol tem uma labareda, isso pode realmente afetar as conexões elétricas no nosso planeta. Isso já provocou até mesmo no passado a interrupção dos negócios nas bolsas de valores de Tóquio e no Canadá", diz a astrônoma.

Sem explicações

Apesar de os cientistas conhecerem bem as consequências do aumento da atividade solar, eles ainda não têm muitas explicações para a origem do fenômeno, muito menos condições de prever sua ocorrência.

Os pesquisadores esperam que o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa, nesta semana, os ajude a coletar dados que os ajudem a dar avisos antecipados da ocorrência de labaredas solares e de tormentas magnéticas.

Segundo eles, as consequências podem ser minimizadas com o desligamento de circuitos eletrônicos sensíveis antes das tormentas magnéticas, reduzindo o risco de danos a satélites de transmissão.

A sonda da Nasa, que deverá ser lançada no sábado, ficará na órbita da Terra por cinco anos para investigar as causas da atividade solar intensa.

ATIVIDADES SOLAR


A atividade do Sol não é constante. Isto pode ser constatado pela observação dos diversos fenômenos que nele ocorrem e já descritos anteriormente. Observa-se uma periodocidade da ordem de 11 anos na atividade solar. Quando esta alcança um máximo, diz-se que é época do "Sol Ativo" e quando a atividade é mínima, o Sol é denominado "Sol Calmo". O número de manchas solares observadas na fotosfera (é a "superfície" do Sol, entendendo-se por superfície a região do sol possível de ser observada diretamente com o olho humano. Sua espessura é de aproximadamente 300 km, e encontra-se a uma temperatura de 5.500ºC.) é um dos principais indicadores da atividade do Sol. (FARIA, 1987, p. 113)


Fontes:

BBC - Brasil
FARIA, Romildo Póvoa (org.). Fundamentos de Astronomia. 3ª ed. Campinas, SP: papirus, 1987.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O Meteorito do Bendegó

Em 1784, cinco anos antes da Revolução Francesa, e da Inconfidência Mineira e 14 anos antes da Conjuração Baiana, o menino Bernadino da Motta Botelho, filho do vaqueiro Joaquim da Mota Botelho, encontrou uma pedra de superfície lisa e escura, diferente de todas as demais. A pedra chamou-o a atenção próximo ao riacho do Bendegó, então município de Monte Santo.

Era uma descoberta que ficaria famosa. Em 1810, um grupo de cientista da Sociedade Real de Londres atestaria que se tratava de um meteorito, uma rocha espacial que se havia chocado com a superfície da Terra depois de viajar milhões de quilômetros pela escuridão do Universo. Com dois metros de diâmetro e mais de cinco toneladas de peso, o Meteorito de Bendegó é o maior já encontrado na América do Sul. Está hoje exposto no saguão do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Sua massa foi calculada em 5360 kg, constituída basicamente de ferro (92,70%) e níquel (6,52%), contendo ainda traços menores de outros elementos químicos. Essa composição permite classificá-lo no grupo dos "sideritos", i.e., meteoritos com aproximadamente 90% de ferro e níquel. Na língua dos índios quiriris da Bahia, o vocábulo "bendegó" significa vindo do céu.

De maneira resumida, em 1888, por ordem do imperador Pedro II, o Meteorito de Bendegó foi transportado para o Rio de Janeiro, ao final de uma verdadeira epopéia que envolveu de parelhas de bois, trilhos de trem na Serra de Acaru (ainda no início da viagem) e navios, intercalada ainda por um acidente em 1785 que atirou o meteorito no leito de um riacho (Bendegó), o qual ficou abandonado por quase 103 anos. Durante esse período, o meteorito praticamente não se alterou pela oxidação até a chegada da missão encarregada do transporte para o Rio de Janeiro. Especialistas, dividiram com trabalhadores, o esforço para retirá-lo do riacho, conduzindo-o até o litoral de Salvador. Desta cidade, o meteorito seguiu para Recife, a bordo do vapor "Arlindo" e, de lá, foi levado para o Rio de Janeiro, aonde chegou em 15 de Junho de 1888, i.e., 104 anos após o achado. Durante muito tempo, o Bendegó foi o maior meteorito em exposição em todo o mundo.

No que segue, uma sequência de fotos ilustrando o difícil trabalho de remoção do Bendegó através do sertão da Bahia:

A chegada do meteorito à estação ferroviária de Jacurici, após 126 dias de penosa marcha pela caatinga baiana, mereceu outro marco comemorativo que se chamou Barão de Guahy, em uma justa homenagem ao homem que patrocinou a expedição. Esse marco assinala também o local do embarque do Bendegó, de trem, que após percorrer 363 km, chegou a Salvador em 22 de maio de 1888. A comissão mandou lavrar um termo de sua inauguração, que foi colocado em suas fundações dentro de uma caixa de ferro.

O meteorito ficou em exposição em Salvador durante 5 dias, e em 1º de Junho embarcou no vapor “Arlindo”, seguindo para Recife e, posteriormente, para o Rio de Janeiro, onde chegou no dia 15, sendo recebido pela Princesa Isabel e entregue ao Arsenal de Marinha da Corte.

Nas oficinas do Arsenal de Marinha foram feitos os cortes indispensáveis para o estudo da “pedra”, bem como para a obtenção de materiais que foram doados e permutados com diversos museus do Brasil e do mundo. Confeccionou-se, também, uma réplica do meteorito em madeira, que o governo brasileiro fez figurar na Exposição Universal de 1889. Este modelo hoje se encontra no Museu de História Natural de Paris.

Concluído o trabalho, o meteorito foi transportado a 27 de Novembro de 1888 para o Museu Nacional, nessa época situado no Campo de Sant’Anna.

Fonte: http://www.uefs.br/antares/

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Qual foi a primeira civilização que se dedicou ao estudo do sistema solar?

Há referências a estudos de fenômenos astronômicos na China, na Índia e no Egito, mas não se sabe exatamente quando teve início a astronomia. Um pesquisador da UFPR fala sobre as observações dos astros feitas pelas civilizações antigas em resposta à dúvida de nossa leitora.
Publicado em 05/01/2010 Atualizado em 05/01/2010

Não se sabe exatamente quando a astronomia começou, mas existem referências a estudos de fenômenos astronômicos na China, na Índia e no Egito. Na cidade de Ur, às margens do rio Eufrates (em torno do qual surgiu a primeira civilização de que se tem notícia, há aproximadamente 3000 a.C.), os sumérios erigiram um zigurate (torre com várias plataformas) dedicado ao deus da Lua, Nanna, e à sua esposa, Ningal. Os babilônios conheciam seis astros importantes: Sol, Lua, Vênus, Mercúrio, Marte e Júpiter. Mas como, para eles, o sete era um número sagrado, deveria haver sete astros no céu, além das estrelas fixas. Eles fizeram observações até descobrir o planeta (‘estrela errante’) Saturno. Em todas as civilizações antigas, havia relações entre os astros e a religião.

Na civilização grega, surgiram problemas astronômicos que não haviam sido estudados por outros povos. Os gregos queriam saber o tamanho real do Sol; a que distâncias estariam o Sol e a Lua da Terra; qual o movimento dos planetas e a que distâncias estariam uns dos outros etc. Por volta de 250 a.C., Eratóstenes mediu indiretamente a circunferência da Terra. Aristarco de Samos (320-250 a.C.) tentou determinar a relação entre as distâncias da Terra à Lua e da Lua ao Sol. O coroamento da astronomia grega deu-se com o trabalho de Ptolomeu (85-165 d.C.). Em sua obra principal, o Almagesto, ele fornece uma grande quantidade de dados empíricos.

A grande influência dos gregos não é ter feito descobertas ou resolvido problemas astronômicos úteis nos dias de hoje, mas tê-los criado. Eles provocaram o início da grande aventura: explicações racionais para os fenômenos naturais, que, em pouco mais de dois milênios, transformariam a espécie humana mais radicalmente do que havia sido feito pela evolução nos 200 milênios anteriores. No prefácio do seu livro Sobre a revolução das esferas celestes, publicado em 1543, Nicolau Copérnico (1473-1543) cita Plutarco (45-125?) e outros autores gregos ao se referir à mobilidade da Terra em torno do Sol.

O zigurate de Ur, com aproximadamente 11 m. Construído entre 2113 e 2096 a.C., é o mais bem conservado dos zigurates da Mesopotâmia




Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/revista-ch-2009/266/qual-foi-a-primeira-civilizacao-que-se-dedicou-ao-estudo-do-sistema-solar