sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Atividade solar pode interferir comunicações na Terra até 2012, dizem cientistas


A atividade na superfície do Sol vem se intensificando e poderá provocar interferências nas redes de comunicação da Terra nos próximos dois anos, segundo adverte um grupo de cientistas em antecipação ao lançamento de um novo observatório solar da Nasa, a agência espacial americana.

Novas fotos feitas por telescópios espaciais mostram um aumento significativo das chamadas labaredas solares e de regiões de poderosos campos magnéticos conhecidos como pontos solares após um período com a mais baixa atividade solar em quase um século.

Imagem da Nasa de janeiro mostra labaredas solares (foto: cortesia Nasa / Missão Trace)


A atividade solar intensa pode prejudicar o campo de proteção magnética da Terra, provocando sérios problemas nos sistemas de comunicação e até mesmo nos sistemas de distribuição de energia elétrica.

Segundo os cientistas, o pico da atividade solar poderá ocorrer em meados de 2012, elevando o risco de problemas com transmissões de televisão e redes de internet e o risco de apagões durante os Jogos Olímpicos de Londres.

'Maluco'

"Nos últimos três anos, a superfície do Sol havia se acalmado bastante por um tempo. A cada 11 anos as labaredas reaparecem, e de repente vemos a retomada dessa atividade", afirma a astrônoma Heather Couper, ex-presidente da Associação Britânica de Astronomia.

"O Sol é uma grande massa magnética, e se há qualquer interrupção nos campos magnéticos, o Sol fica meio maluco, então temos essas incríveis explosões e labaredas e coisas que provocam fenômenos como as auroras boreais", explica Couper.

"Quando o Sol tem uma labareda, isso pode realmente afetar as conexões elétricas no nosso planeta. Isso já provocou até mesmo no passado a interrupção dos negócios nas bolsas de valores de Tóquio e no Canadá", diz a astrônoma.

Sem explicações

Apesar de os cientistas conhecerem bem as consequências do aumento da atividade solar, eles ainda não têm muitas explicações para a origem do fenômeno, muito menos condições de prever sua ocorrência.

Os pesquisadores esperam que o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar da Nasa, nesta semana, os ajude a coletar dados que os ajudem a dar avisos antecipados da ocorrência de labaredas solares e de tormentas magnéticas.

Segundo eles, as consequências podem ser minimizadas com o desligamento de circuitos eletrônicos sensíveis antes das tormentas magnéticas, reduzindo o risco de danos a satélites de transmissão.

A sonda da Nasa, que deverá ser lançada no sábado, ficará na órbita da Terra por cinco anos para investigar as causas da atividade solar intensa.

ATIVIDADES SOLAR


A atividade do Sol não é constante. Isto pode ser constatado pela observação dos diversos fenômenos que nele ocorrem e já descritos anteriormente. Observa-se uma periodocidade da ordem de 11 anos na atividade solar. Quando esta alcança um máximo, diz-se que é época do "Sol Ativo" e quando a atividade é mínima, o Sol é denominado "Sol Calmo". O número de manchas solares observadas na fotosfera (é a "superfície" do Sol, entendendo-se por superfície a região do sol possível de ser observada diretamente com o olho humano. Sua espessura é de aproximadamente 300 km, e encontra-se a uma temperatura de 5.500ºC.) é um dos principais indicadores da atividade do Sol. (FARIA, 1987, p. 113)


Fontes:

BBC - Brasil
FARIA, Romildo Póvoa (org.). Fundamentos de Astronomia. 3ª ed. Campinas, SP: papirus, 1987.

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