quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma classificação dos mitos de Criação

MITO DA CRIAÇÃO YORUBA

Conforme vimos antes, a restrição fundamental que devemos enfrentar quando tentamos entender a origem de “tudo” é a limitação imposta pela nossa percepção bipolar da realidade; o processo ou entidade responsável pela Criação tem necessariamente que criar ambos os opostos, estando, portanto, além dessa dicotomia. A solução encontrada para esse problema pela várias culturas é essencialmente religiosa, veja no meu blog sobre os Mitos de Criação: http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2010/02/os-mitos-da-expansao-do-universo.html. A solução encontrada para esse problema pelas várias culturas é essencialmente religiosa. Em geral, todas as culturas assumem a existência de uma realidade absoluta, ou simplesmente de um absoluto, que não só abrange como transcende todos os opostos. Esse Absoluto é o elemento central na estrutura de todas as religiões, dando assim um caráter religioso aos mitos de criação. O Absoluto, então, incorpora em si a síntese de todos os opostos, existindo por si só, independente da existência do Universo. Ele não tem uma origem, já que está além de relações de causa e efeito. Esse Absoluto pode ser Deus, ou o domínio de vários deuses, ou o Caos Primordial, ou mesmo o Vazio, o Não-Ser.

Por outro lado, vivemos na nossa realidade polarizada, de onde tentamos compreender a essência do Absoluto. A ponte que estabelece a relação entre o Absoluto e a realidade é o mito de criação. Em outras palavras, através de seus mitos as religiões proclamam sua realidade, relacionando o compreensível ao incompreensível. O processo de criação do universo envolve sempre a distinção entre os apostos, a desintegração da união existente no Absoluto que gera a polarização inerente à realidade.

Quais são, então, as respostas dadas pelas várias culturas “À Pergunta”? O simbolismo utilizado por uma cultura na narração de seus mitos nunca é tão expressivo quanto nos seus mitos de criação.

Veja: http://www.jornalinfinito.com.br/materias.asp?cod=49

Fonte:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Assistam ao vídeo:


2 comentários:

  1. Cara, seu blog é fantástico. Achei ele sem querer na internet. Parabéns e continue, pois agora você tem mais um leitor. Abraços.

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  2. Muito Obrigado !!

    E é por esses reconhecimentos que sempre postarei com grande satisfação.

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