quinta-feira, 21 de maio de 2009

Bombardeio de meteoritos pode ter estimulado vida na Terra, sugere estudo


Da BBC Brasil 21/05/2009 - 11h20



Quando meteoritos de vários tamanhos bombardearam a Terra há 3,9 bilhões de anos, aquecendo a superfície do planeta e provocando a evaporação de oceanos, elas podem, ao contrário do que muitos cientistas supunham, ter ajudado a estimular o surgimento de vida no planeta, de acordo com um novo estudo da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos.
O novo estudo mostra que o bombardeio teria derretido menos de 25% da crosta terrestre, e que micróbios podem ter sobrevivido em um habitat subterrâneo, isolados da destruição.
E o intenso calor do impacto, segundo o estudo, criou um habitat que estimulou a reprodução de bactérias formadas por uma só célula que são termófilas e hipertermófilas - capazes de sobreviver a temperaturas de 50 a 80 graus Celsius ou de até 110 graus Celsius.


Simulação

A descoberta foi feita através de uma simulação de computador. Como as evidências físicas do bombardeio de asteroides foram apagadas pelo tempo e pela ação de placas tectônicas, os pesquisadores usaram dados das rochas lunares recolhidas pelas missões Apollo, e registro de impacto de meteoros na Lua, Marte e Mercúrio.
"Até sob as condições mais extremas que nós impusemos (na simulação), a Terra não teria sido completamente esterilizada pelo bombardeio", disse Oleg Abramov, um dos autores do estudo.
Ao invés disso, fissuras que expeliam água quente podem ter criado um santuário para esses micróbios que preferem ambientes de calor extremo.
O estudo, publicado na revista "Nature", sugeriu também que a vida na Terra pode ter começado 500 milhões de anos mais cedo do que se pensava.
"Não é pouco razoável sugerir que havia vida na Terra há mais de 3,9 bilhões de anos", disse Stephen Mojzisis, que também participou do estudo. "Nós sabemos de registros geoquímicos que nosso planeta era habitável naquela época."

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Após reparos, astronautas do Atlantis se despedem do Hubble


Da EfeEm Washington



Os sete astronautas do ônibus espacial Atlantis se despediram hoje do telescópio orbital Hubble que, uma vez reparado, passará a capturar imagens ainda mais impressionantes das profundezas do Universo.
Após uma série sem precedentes de cinco dias de trabalhos externos a 563 quilômetros da Terra, os astronautas liberaram o Hubble às 9h57 (Brasília), quando a nave cumpria sua órbita 119 sobre o Atlântico, se aproximando do litoral da África.
Cerca de duas horas antes, o comandante do Atlantis, Scott Altman, manobrou a nave para a orientação correta de modo a soltar o observatório, de 13 toneladas.
Depois, foi dada a ordem para a abertura da porta do telescópio, que protege os instrumentos extremamente sensíveis, a fim de permitir que a luz das estrelas apareça nas lentes.
E após essa operação, a especialista de missão Megan McArthur manobrou o braço robótico do Atlantis deixando o telescópio acima da nave antes de soltá-lo.
O telescópio, posto em órbita há 19 anos, ficou erguido no bagageiro do Atlantis, a última nave que o visita para consertos e manutenção, enquanto os astronautas trocavam baterias, limpavam mecanismos e instalavam aparelhos que melhorarão sua capacidade de observação cósmica.
"A missão foi extremamente interessante", disse o comandante do "Atlantis", Scott Altman depois que na segunda-feira se completaram os trabalhos, com um custo de US$ 220 milhões, que incluíram a colocação de novos instrumentos no observatório espacial.
Perto de 45 minutos depois da liberação do Hubble, a nave começou a se afastar do telescópio, caminho de uma órbita a aproximadamente 385 quilômetros da Terra, para onde Altman e seus seis companheiros retornarão.
O Atlantis fez a quinta missão de nave para trabalhos no Hubble, que foi também a última do tipo. A Nasa (agência espacial americana) retirará de serviço no próximo ano sua frota de ônibus espaciais inaugurada em 1981, e cuja história, além de muitos sucessos, inclui também dois acidentes e 14 astronautas mortos.
Para realizar os trabalhos no Hubble, o Atlantis orbitou a 27.000 km/h, muito acima da faixa em que permanece a Estação Espacial Internacional (ISS).