sábado, 21 de agosto de 2010

Dimensões e Constituição da Galáxia



Inúmeras observações visando realizar novas contagens estelares foram realizadas a partir do século XIX, inclusive com a utilização de recursos fotográficos. O astrônomo holandês Jacobus Cornelius Kapteyn (1851-1922), examinando várias chapas fotográficas com milhares de estrelas, desenvolveu um modelo segundo o qual a Galáxia deveria possuir uma extensão de aproximadamente 55.000 A.L (Anos-Luz). com um volume centenas de vezes superior ao imaginado por Herschel. No início do século XX, estudando a distribuição de aglomerados globulares no céu, o astrônomo americano Harlow Shapley (1885-1922) contatou que o Sol não se encontra no centro da Galáxia, como também imaginava Kapteyn, mas a cerca de 50.000 A.L. dele. Calculou sua extensão em aproximadamente 200.000 A.L. Com a descoberta da presença de poeira no espaço interestelar, em 1930, verificou-se que a distância do Sol ao centro da Galáxia e suas dimensões haviam sido superestimadas por Shapley, possuindo valores da ordem de 30.000 A.L. e 100.000 A.L. respectivamente.

Os Valores atualmente considerados para a extensão máxima da Galáxia são da ordem de 90.000 A.L. a 110.000 A.L. Sua espessura é de aproximadamente 10.000 A.L. e a distância do Sol ao centro da Galáxia é da ordem de 28.000 A.L. Seus constituintes básicos são as estrelas e a matéria interestelar, constituída por gases e partículas microscópicas de poeira cósmica.

Esta matéria se distribui predominantemente em torno de um plano denominado plano médio da Galáxia, em forma de disco. Estima-se que existem mais de 150 bilhões de estrelas na Galáxia de acordo com os cálculos efetuados para sua massa, que é um pouco superior a este valor, encontra-se parte dela concentrada na forma de gás e poeira interestelar.


Galáxia observada da direção de seu plano médio.

Os valores citados anteriormente são ainda os mais utilizados, porém modelos desenvolvidos a partir de meados da década de 1970 sugerem que as dimensões e a massa da Galáxia possam ter valores até dez vezes superiores. Estes modelos, entretanto, são ainda muito discutidos e envolvem vários problemas de caráter teórico e observacional, não resolvidos completamente.

Estrutura Espiral da Galáxia

A partir de 1951, quando W. W. Morgan e colaboradores estudaram, por meios ópticos, aglomerados jovens de estrelas e o gás interestelar, surgiram evidências sobre a Galáxia ter uma estrutura espiral. Novas indicações deste fato foram obtidas através de observações radioastronômicas, particularmente as efetuadas na linha de comprimento de onda de 21 cm do Hidrogênio neutro existente na Galáxia.

Atualmente consideram-se a existência de pelo menos três braços espirais na Galáxia, num dos quais se encontra o Sol, necessitando-se ainda, entretanto, conhecer mais detalhes sobre os mesmos e sua distribuição. É nos braços espirais que se concentra a maior parte da matemática existente na Galáxia. Vejam o vídeo sobre a Via Láctea:

http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2009/06/video-via-lactea.html#comments

Fontes:

FARIA, Romildo Póvoa (org.). Fundamentos de Astronomia. 3ª ed. Campinas, SP: papirus, 1987.

Internet: http://www.emefnewtonreis.kit.net/sistemasolar.htm Acesso em 21/08/2010

Via Láctea Vídeo - http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2009/06/video-via-lactea.html#comments

Assistam ao vídeo:

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Uma classificação dos mitos de Criação

MITO DA CRIAÇÃO YORUBA

Conforme vimos antes, a restrição fundamental que devemos enfrentar quando tentamos entender a origem de “tudo” é a limitação imposta pela nossa percepção bipolar da realidade; o processo ou entidade responsável pela Criação tem necessariamente que criar ambos os opostos, estando, portanto, além dessa dicotomia. A solução encontrada para esse problema pela várias culturas é essencialmente religiosa, veja no meu blog sobre os Mitos de Criação: http://hugoleonardohistoriador.blogspot.com/2010/02/os-mitos-da-expansao-do-universo.html. A solução encontrada para esse problema pelas várias culturas é essencialmente religiosa. Em geral, todas as culturas assumem a existência de uma realidade absoluta, ou simplesmente de um absoluto, que não só abrange como transcende todos os opostos. Esse Absoluto é o elemento central na estrutura de todas as religiões, dando assim um caráter religioso aos mitos de criação. O Absoluto, então, incorpora em si a síntese de todos os opostos, existindo por si só, independente da existência do Universo. Ele não tem uma origem, já que está além de relações de causa e efeito. Esse Absoluto pode ser Deus, ou o domínio de vários deuses, ou o Caos Primordial, ou mesmo o Vazio, o Não-Ser.

Por outro lado, vivemos na nossa realidade polarizada, de onde tentamos compreender a essência do Absoluto. A ponte que estabelece a relação entre o Absoluto e a realidade é o mito de criação. Em outras palavras, através de seus mitos as religiões proclamam sua realidade, relacionando o compreensível ao incompreensível. O processo de criação do universo envolve sempre a distinção entre os apostos, a desintegração da união existente no Absoluto que gera a polarização inerente à realidade.

Quais são, então, as respostas dadas pelas várias culturas “À Pergunta”? O simbolismo utilizado por uma cultura na narração de seus mitos nunca é tão expressivo quanto nos seus mitos de criação.

Veja: http://www.jornalinfinito.com.br/materias.asp?cod=49

Fonte:

GLEISER, Marcelo. A Dança do Universo: dos Mitos de Criação ao Big Bang. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

Assistam ao vídeo: