quarta-feira, 31 de março de 2010

Acelerador de partículas bate recorde

Cientistas conseguem fazer feixes de prótons viajarem a uma velocidade próxima à da
luz

Cientistas do maior colisor de partículas do mundo, o LHC, conseguiram obter choques de prótons geradores de uma energia de 7 TeV (tera ou trilhão de elétron volts), a energia máxima almejada pelo laboratório. A intenção é recriar as condições que teriam gerado o Big Bang, a explosão que deu origem ao universo conhecido, há quase 14 bilhões de anos.

Em novembro, o equipamento já havia atingido a marca de 1,18 TeV – posteriormente, ainda chegando a 2,36 TeV, em 2009 –, e com isso já se tornando o acelerador de partículas de energia mais alta do mundo.

– Isto é física em ação, o início de uma nova era, com colisões de 7 TeV – disse Paola Catapano, cientista e porta-voz do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, em francês), de Genebra, Suíça.

Os aplausos foram intensos nas salas de controle quando os detectores do Grande Colisor de Hadrons (LHC, em inglês), instalado na fronteira entre França e Suíça, marcaram o choque de partículas subatômicas a uma velocidade próxima à da luz (300 mil km/segundo). O colisor possui um túnel oval de 27 quilômetros de comprimento e custou US$ 10 bilhões (R$ 18 bilhões).

– Estamos abrindo as portas à Nova Física, a um novo período de descobertas na história da humanidade – comentou, entusiasmado, Rolf Dieter Heuer, diretor geral do Cern.

Cada colisão entre as partículas cria uma explosão que permite que os cientistas vinculados ao projeto em todo o mundo rastreiem e analisem o que aconteceu num nanossegundo (bilionésima parte do segundo) depois do hipotético Big Bang original, 13,7 bilhões de anos atrás.

O Cern reativou o LHC em novembro, depois de paralisá-lo nove dias depois do lançamento inicial, em setembro de 2008. O motivo da interrupção: superaquecimento em um cabo supercondutor.

Os cientistas esperam que a grande experiência lance luz sobre mistérios importantes do cosmos, como a origem das estrelas e dos planetas e o que exatamente é a matéria escura.
Assistam ao Vídeo da experiência:

quarta-feira, 17 de março de 2010

Astrônomos descobrem exoplaneta semelhante aos do Sistema Solar

O Observatório Europeu do Sul (ESO) divulgou nesta terça-feira a descoberta de um exoplaneta "normal" que pode ser estudado em grandes detalhes. Denominado como Corot-9b, o planeta passa regularmente em frente a uma estrela parecida com o Sol, localizada a 1.500 anos-luz distante da Terra, na constelação Serpente.

"Esse exoplaneta é normal, como dúzias que já conhecemos, mas é o primeiro que as propriedades podem ser estudadas profundamente", explica Claire Moutou, que faz parte do grupo internacional de 60 astrônomos que fizeram a descoberta. "O exoplaneta é o primeiro que se assemelha aos planetas do nosso Sistema Solar. Ele tem o tamanho de Júpiter e uma órbita similar a Mercúrio", afirma Hans Deeg, autor líder da pesquisa.

Corot-9b passa na frente de sua estrela-mãe a cada 95 dias, visto da Terra. Esse "trânsito" dura cerca de 8 horas e oferece aos astrônomos informações adicionais sobre o exoplaneta.
Mais de 400 exoplanetas já foram descobertos até o momento, 70 deles através do método do trânsito. A temperatura de sua superfície gasosa deve estar entre 160ºC e -20ºC, com variações mínimas entre o dia e a noite. O valor exato depende da possibilidade de uma camada de nuvens altamente reflexiva.

A descoberta está publicada na revista Nature.

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Fonte: www.ultimosegundo.ig.com.br