sábado, 14 de março de 2009

400 anos olhando para o céu


Escolhido como o Ano Internacional da Astronomia, 2009 celebra o aniversário de quatro séculos da primeira observação celeste com luneta, feita por Galileu Galilei, em 1609. Para celebrar a data, o Palazzo Strozzi de Florença apresenta uma mostra dedicada ao matemático e físico italiano que mudou a forma de a humanidade olhar para o céu.

Com o nome de Universo de Galileu – Imagens do cosmos da Antigüidade ao telescópio, a exposição propicia uma viagem ao visitante. Começa apresentando a visão mística e poética do céu do Antigo Egito e da Mesopotâmia. Prossegue com a cosmogonia grega, o modelo geocêntrico de Cláudio Ptolomeu (século 2 d.C.) e a astronomia árabe. Outro ponto de parada é o surgimento da teoria heliocêntrica, ou seja, de que a Terra girava em torno do Sol, de Nicolau Copérnico (1473-1543), com o apoio de Galileu e de Johannes Kepler (1571-1630). O fim da viagem descortina Isaac Newton (1642-1727) e sua nova concepção do Universo.

Leia o livro Commentariolus (Pequeno Comentário de Nicolau Copérnico sobre suas próprias hipóteses acerca dos movimentos celestes):

Galileu não inventou a luneta, mas foi quem teve a intuição de apontar o instrumento para o céu e observar os astros. Suas descobertas foram reveladas em um pequeno livro, Mensageiro das estrelas, publicado em 1610, que o transformou em pai da ciência moderna.

A única luneta original que pertenceu a Galileu existe até hoje e é um dos destaques da exposição, que conta com 300 objetos, entre peças arqueológicas, instrumentos científicos, desenhos, pinturas, afrescos, esculturas, relógios astronômicos e atlas celestiais.


Por Graziella Beting (jornalista e tradutora).

sábado, 7 de março de 2009

Nasa lança sonda em busca de planetas similares à Terra


A Nasa lançou, na noite dessa sexta-feira, a sonda Kepler, que partiu de Cabo Canaveral, na Flórida, em busca de planetas similares à Terra. "Esta missão quer responder a uma pergunta que é tão antiga quanto o tempo: existem outros planetas como o nosso por aí?", disse o administrador do diretório de missões da Nasa, Ed Weiler.

A Kepler está equipada com um potente telescópio para observar, durante três anos, cerca de 100 mil estrelas na zona das constelações de Cygnus e Lyra, na Via Láctea. Os investimentos chegam a quase US$ 600 milhões.

O telescópio buscará planetas que não sejam quentes ou frios demais, nem muito rochosos e que tenham água em estado líquido, ou seja, condições essenciais para a existência de vida, explicou o principal cientista do projeto Kepler, William Borucki.

Segundo o diretor da divisão de astrofísica da agência espacial, Jon Morse, "o inventário de planetas que Kepler deve realizar será de grande importância para a compreensão da frequência de planetas na mesma categoria do tamanho da Terra em nossa galáxia".

A Nasa batizou o telescópio de "Kepler" em homenagem ao astrônomo alemão do século XVII Johannes Kepler, que descobriu que os planetas giram em torno do Sol em elipses e não em círculos perfeitos.

Desde 1995, 337 exoplanetas (exteriores ao nosso sistema solar) foram descobertos em torno de estrelas, mas são muito maiores que a Terra e estão em lugares ou condições que tornam impossível a existência de vida.

CoRot, o satélite franco-europeu lançado em dezembro de 2006 com a missão de buscar exoplanetas perto de 90 mil estrelas, descobriu no início de fevereiro o menor desta categoria, com o dobro do tamanho da Terra. Mas sua temperatura é extremamente elevada.